Hoje senti falta do belo
Minha vontade de lutar cessou
Seja por cansaço, por dor, desânimo
Ou para refletir
A busca não mais brilhava em meus olhos
Mas a certeza, a decepção
De toda amargura e sofrimento que me cercavam
Da extrema carência do admirar
Uma tarde nublada, triste
Ainda sim o mais doce…
Onde estava o belo
Onde estava a expressão dos seres
Onde poderia encontrar ressonância, para minha angústia
Apenas arbustos meio mortos
Meio admiráveis
No que creem estes ao meu redor
Para onde vão?
Estáticos ante a oportunidade do Tempo
Em que acreditar, senão em Ti?
Eu que tenho em minha mente a lâmina mais fina
Ferramenta de procura por um destino, neste mar de solidão
Concluo que se Virgem Maria foi uma criação humana
Veio de um coração profundamente mais desolado que o meu
E ainda sim
Mil vezes mais bondoso
Deixando para outras almas sensíveis e sufocadas
A doce ilusão de Sua existência
Um doce conforto para se carregar no coração
E aquietar a mente durante o mergulho nas sombras da morte
Escolho então esta ilusão,
Que seja impressa em mim com todas as forças
Para onde vou?
Deixar meu coração em paz
Florescer minha mente
Iludido, ou acordado
Neste mundo não dá pra saber…
O Jardim das Palavras 