Refém de si mesmo

Já parou pra pensar o quanto as pessoas que agem sob o impulso do medo, da sexualidade, do ódio são infelizes? Mas por quê?

No nosso yin-yang diário, precisamos lidar com as polaridades humana e animal, que são opostas em seus princípios, mas misturam-se de tal forma que só notamos a distinção entre elas quando observamos seus extremos.

O lado humano, a inteligência que portamos, anseia por objetivos grandiosos, profundos, complexos e específicos. É o impulso da natureza que nos mantém vivos e mantém o Universo ativo, em sua infinita beleza. Devolver ao meio a energia que se recebe todos os dias, abençoar as coisas com o sistema inteligente do qual somos portadores

A infelicidade surge, quando impulsos animais nos dominam, os impulsos necessários para a sobrevivência instintiva: a reação destrutiva, a fuga. Não porque explodir de raiva sobre alguém que nos levou ao limite da paciência seja ruim, a sensação de alívio é agradável, mas nossa consciência percebe que nossa vontade e inteligência se anulam em tal circunstância, de forma que não teremos como participar desta atitude, apenas reagir, sermos meros expectadores impotentes.

Não há possibilidade de exercer o livre arbítrio, de escolher, de aplicar a inteligência humana. Nos tornamos reféns de um ser impensante.

Nosso Deus interior desanima, pois percebe que deixamos a fraqueza assumir o controle e nisto, não teremos capacidade de surpreender, apenas decepcionar. O ser humano sem sua vontade, sem o poder de escolha é mero animal, portador de dialeto, vestimentas e cultura, sem disto produzir nada único, peculiar seu e sim o comum da manada que faz parte.

Em alguns a fraqueza é tão grande que abafam sua própria consciência, enterrando suas potencialidades e sua conexão com o Universo. São ruidosos e agitados, inquietos. Pudera, é o som da loucura de se afastar, cada dia mais, da verdadeira felicidade que é conquistar-se e construir-se.

Ideias de Alta Densidade

Pense na sua geladeira agora, tente lembrar quais itens estão lá dentro sem necessidade, aqueles que você não irá mais comer, que só de sentir o cheiro o estômago embrulha mas você ainda não jogou fora porque alguém ainda, até o prazo de validade vencer, pode ter a coragem hercúlea de encarar o bicho feio.

Ugh, o que está cheirando a alho?

Certo, agora analise o seguinte fato, os cientistas descobriram que estocar água dentro da geladeira ajuda a conservar a energia térmica ali dentro, o frio. Por que? A água tem como propriedade a retenção de energias, mas fisicamente falando, ela ajuda a manter a temperatura baixa dentro do seu refrigerador. Não funciona da mesma maneira com o refrigerante, por exemplo.

E qual diferença faz? Não seria mínima, desprezível? Pra quê se preocupar com isso?

Bom, se você não se importa com o consumo de energia elétrica da sua casa, talvez tenha se perguntado alguma vez qual a diferença entre um pianista como Yann Tiersen e o professor de teclado de uma escola de música requintada. Ambos sabem tocar piano, mas suas obras são bem distintas e podemos dizer, no caso do Yann, bem mais agradáveis. Por que atletas conseguem ser vitoriosos e outros precisam de substâncias ilegais? Por que alguns professores são tão chatos e problemáticos para ensinar determinados assuntos enquanto outros descrevem assuntos complexos de maneira prática e divertida?

Muito fera o cara!

A perspectiva que se tem da coisa faz toda diferença.

Um atleta que tem seu diferencial no seu desempenho vê o esporte de maneira totalmente diferente daquele outro que usou o doping para conseguir patrocinadores. Eles entendem a corrida de maneira mais íntima, mais profunda. Alguns podem chamar isto de afinidade.

A verdade é que nós jamais daríamos atenção à propriedade dos elementos, sobretudo os que estão na geladeira, a ponto de nos perguntarmos o porquê deste oferecer melhor rendimento térmico do que aquele, se não tivéssemos esta visão diferenciada da física, da termodinâmica, como os cientistas. O cara que estudou física para passar não se importa com estas coisas.

E ideias assim são as que fazem o diferencial que nos impressiona nos gênios, além de conhecer os detalhes “desprezados e irrelevantes” o cérebro deles interpreta o contexto de maneira única, cheia de energia construtiva, com a mesma criatividade de uma criança, a criatividade livre.

Outros que conhecem o mesmo assunto podem participar, mas tratam o tema de maneira mais genérica, menos colorida, menos cheia de detalhes/referências mentais e emocionais, por isso não tem graça, são as ideias de baixa densidade. Elas podem gerenciar um assunto, mas tem pouco potencial criativo.

Sim, entendo muito do assunto.
Pra começar, sei que o ponto A complementa a variação estática do ponto B que por sua vez ZZzzzZZzz…

Não pense que isto é raro ou que você não possui, de fato, o mundo é erguido e movido por Ideias de Alta Densidade, pontes, pirâmides, softwares, conhecimentos científicos surgiram de pessoas com ideias assim, com uma visão diferenciada sobre aquele aspecto. Qual é a sua?

E qual delas você deseja desenvolver? Abra mão dos preconceitos e comece a buscar o olhar que os gênios tinham daquilo, a desenvolver a mesma intimidade e você verá que cada canto guarda um universo em particular!

Opa! Dava pra fazer isso? Quem teve essa ideia?

O Valor das coisas

Permitam-me fazer uma observação do futuro.

Podemos notar que o objetivo da grande maioria das instituições atuais é o dinheiro, se não é o objetivo principal é controlada por ele. Exemplo:

Uma associação de homens motoqueiros e roqueiros. O objetivo seria reunir homens com a mesma afinidade, serem homens, gostarem de rock e motos, existem muitos benefícios para eles, para a mente, auto estima, vivência social. Mas é preciso dinheiro para bancar os locais onde se reunirão, aluguel de ambientes, eventos etc.

Tá olhando o quê, maricas?!

A paixão pela instituição traz pessoas que não ligam em contribuir, mas se quem estiver no comando for fraco, cederá para o dinheiro e abrirá mão de valores peculiares do grupo para o valor da moeda, menos específico, menos característico.

Uma grande empresa, um pequeno objetivo

O Facebook, que deveria reunir a sociedade através de um ambiente virtual amigável é um exemplo prático, pois apesar de fornecer um serviço eficiente, perdeu sua síntese diante do grande lucro que os algoritmos de propagandas poderia oferecer. Hoje vemos que seu único foco é esse, o que o impulsiona a melhorar: ganhar mais dinheiro.

E assim por diante, fraco como somos, quando na nossa vez de liderar surgir esta oportunidade, optaremos por não desperdiça la, em troca do esquecimento de valores e idéias caracterizadoras, que são o que compõe uma sociedade, sua cultura.

Depois de algum tempo, acredito que este exagero desencadeie um desequilíbrio e as pessoas acordarão para uma revolução.

Até lá, observe a si mesmo, estude-se, busque o significado da palavra valor pra você e persiga-o, seja rico, mas não de dinheiro e sim de riquezas, que hoje em nosso pobre mundo, estão raras.